quinta-feira, dezembro 06, 2007

[ Voando na Mente ]

Por onde começar? Me diz você que está lendo e pensando em alguma coisa. Não tem idéia de como começar não é? A vida é assim mesmo, agente nunca sabe de nada até simplesmente acontecer e de repente você fazer parte dela. Simples como uma folha cai de uma árvore, como o céu é azul e o mar é esverdeado com lindas ondas brancas.
Eu me imagino tão longe dessa vida simples, mas ao mesmo tempo me sinto estagnado no tempo, como se mesmo que o tempo passasse rápido, eu simplesmente não fazia parte dele. Estivesse fora do contexto da história, aquele ator que aparece no final do filme e faz toda a diferença, dando uma reviravolta absurda em toda a conspiração que aconteceu. As guerras perdidas dizem tudo que acontece em nossas vidas, mostrando os caminhos que percorremos em toda a extensão da vida, os desvios, os caminhos cortados por atalhos que nos fizeram perder muito mais tempo, a mercê de Deus.
Olhando de longe, vigiando os movimentos, determinando os pensamentos e concretizando os sentimentos. Esse corpo que não acompanha a mente, a velocidade não permite ao tempo de assimilar tudo que foi sonhado. Meras imagens do passado, pequenos sonhos do futuro e muito ainda a lutar no presente. Nada acontece por acaso, nada vem do acaso, tudo vem de algum histórico, de algo que aconteceu em sua vida, memórias boas e ruins, histórias boas e ruins, pensamentos bons e ruins, uma mescla de doce com amargo, um perfume com cigarro, uma olhar penetrante e um de óculos escuros, nada parece fazer sentido, mas ao mesmo tempo não permitimos que parasse tudo de uma vez só. Antes agora do que nunca não é verdade? Será mesmo?
Não saberia responder, mas tento ao menos entender o porquê, de tudo e todos.
E sempre fico confuso, nervoso, estressado, pensativo, amargurado, apaixonado e carente. Em um mesmo dia posso me sentir de acordo com o que acontecerá com o meu dia. Passo de irritação total de um trânsito na rua, para uma complacência absurda em um pequeno sorriso de uma criança que cruzar em meu caminho.
Deveríamos sempre ser crianças inocentes, que não pensam em nada de ruim neste mundo sujo em que vivemos. Elas que realmente dão um banho em todos os adultos deste mundo, entendem melhor em todos os sentidos, na explicação da coisa mais absurda que não entendem e muito menos sabem o significado, mas em poucas palavras definem perfeitamente sem restrições, medos ou mentiras.
Onde perdemos nossos sentimentos, nosso coração, nosso amor e principalmente nosso respeito por tudo e todos. O respeito parece ter desaparecido do dicionário nesta realidade em que vivemos, talvez tenha se perdido ou deixado de existir em alguma parte deste nosso caminho. Ninguém respeita ninguém, briga por qualquer motivo, sai xingando um ali, dando tapa em outro ali, grita com a família, sempre acha que tem razão e no fim do dia pensa na merda que havia feito. O arrependimento bate mais forte que os sinos da igreja, uma força misturada, a potência da batida dos sinos, com os sentimentos explodindo em seu coração e Deus olhando e tentando entender o que aconteceu. Sempre pensando no certo, visualizando o errado, limpando as sujeiras no caminho, abrindo a porta, fechando as janelas, protegendo os seus filhos únicos.
Eu consigo imaginar Deus olhando por mim, pensando, escrevendo em seu diário sobre a minha vida, da mesma forma que escrevo o meu, pensando, repensando, entendendo, procurando, sonhando, amando, viajando, vendo tudo que fez em seu passado, tentando não errar muito no presente e prometendo mudar no futuro próximo. Pelo menos estás tentando, não desististe de uma vez só da vida que tens e agradece sempre que pode.
Segue em frente irmão, não tenha medo, você nunca está sozinho, ele sempre está com você, dentro, fora, em tudo, em todos, na pequena pedra ao imenso mar afora.