quarta-feira, setembro 17, 2008

[ Insípido ]

Mais um dia de stress e rotina, não sei mais o que fazer, não sei o que eu quero, não sei o que eu sinto, não sei de nada. A única coisa que tenho certeza é que não queri nada disso pra mim.
O dia parace não ter começo, meio e fim.
A rotina me corrói por dentro, o trabalho eu não aguento.
Do amor não espero nada, sinto falta de carinho na madrugada.
Acordo todo dia nesta vida endiabrada, camelando para pagar as dívidas de casa.
Preciso de algo novo, preciso me recuperar, renovar, preciso mesmo é me apaixonar.
Num aguento esse relacionamento de dúvidas, onde nunca sei até onde posso chegar.
Estou empacado num beco escuro, sem nenhuma luz para me iluminar.
A ilusão de uma esperança, que parece nunca chegar.
Um coração desolado, sem ninguém para compartilhar.
Quero algo para me suprir, me mudar, fazer alguma loucura, achar um amor de verdade.
Talvez eu que num aprendi a realidade de amar alguém.
Um amor insípido, transparente, que mais parece uma solução saturada onde não se consegue adicionar, uma química onde não se forma nenhuma composição real.
Vivo nessa ilusão de estar amando alguém, onde no fundo não sei nem se estou amando, ou me enganando, pois no fundo o que mais quero é amar.
Aquela luz sublime no olhar, quando existe a complacência, amor, sentimento de verdade.
Hoje olho com carência de amar, esperando um sinal que não sei se vai chegar.
Creio nele, me iludo nele, faço tudo para dar certo, mas nunca parece o suficiente, capaz de bastar.
Não sei ser imprevisível, não seria meu real eu, seria alguém que sempre viveu em mim.
Uma pessoa que vive, curte, sai, beija, fode e para quando não aguenta mais viver desta forma.
Simplesmente se matando aos poucos, em cada gole de bebida, em cada trago do cigarro, em cada relacionamento desperdiçado.
Acho que nunca amei de verdade, se amei não sabia que estava amando, talvez a verdade não fosse essa.
Não sinto o que já senti antes, não faço mais tudo como fazia antes, não sei se perdi a identidade, ou simplemente nunca a tive.
Sempre iria buscando a identidade mais próxima da realidade em que estive vivendo nestes anos, envelheço, mas não evoluo.
Engano, mas continuo.
Enrolo, mas me engano denovo.
Um desenrolar sem fim, onde sempre começo certo ou errado, mantendo o meio como se estivesse certo desde o começo e pareço não saber nunca como terminar.
Engraçado, terminar algo, como posso pensar em terminar, se nem sei se começei de verdade, apenas continuo vivendo no meio desta minha loucura.
A minha loucura não tem fim, será que viverei sempre assim?
Quem sou eu para saber, só ele lá em cima para me dizer ou tentar me ensinar.
Por que desta minha cabeça errônea que não sabe, ou não consegue raciocinar.
Parece nunca aprender o que alguém realmente pode vir a me ensinar.

2 comentários:

Lorena de Assis disse...

Seus textos são dos mais lindos que já vi... é uma pena que não tenha o hábito de postar

Anônimo disse...

Rafael...
Adorei sabia?
Você tem um dom.
De descrever o que você (e coincidentemente)o que eu sinto!
Parabéns Sr. Insípido, você é um poeta (: